sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Modesto e Perfeito

Vim direto do paraíso
Transformando toda dor em riso
Feito da matéria da qual é feito o Amor
Deixa de lado a razão
Raciocine pela emoção
Só assim entenderás o que eu sou

Às vezes tapado feito uma porta
Meio relapso, mas quem se importa?
Não vejo nenhum problema que isso possa nos causar
A não ser que até você fique andando
Pela cabeça de uns que ficam maquinando
Alguma coisa pra nos prejudicar

E se disserem que sou exibido
Egoísta, egocêntrico e até pervertido
Ou tantos outros que esse povo me chama
Lembre-se que eles estão mentindo
Que não são esses meus adjetivos
Pensando bem, são, mas não ligo
Pois todo mundo me ama

Eu sei que tenho muitos defeitos
E só duas qualidades: modesto e perfeito
Ser vaidoso e não fazer nada direito
Não me impede de ser modesto e perfeito

Se eu desisto de coisas da minha própria vida
Antes mesmo da primeira tentativa
É porque, de fazer, eu já não tinha vontade
E se alguma vez alguém já ouvira
Dizer algo falso, não era mentira.
Mas uma astuciosa reinvenção da verdade

Por tanto se eu errar (com você)
Vê se me perdoa
Pois será um erro de coisinha à toa
É até chato dizer algo assim
Mas você não encontrará ninguém igual a mim
Naturalmente distraído,
O mais certo ‘cara errado’
Completamente apaixonado
E de narciso infinito

Bronha Blog Blues

Nestes dias tão cinzentos
Nos quais acordo tão triste
Posto em meu blog
Uma música que nem existe...

E toco uma
pensando em vocês.
Eu toco uma canção pensando em vocês

Nesse dias de inferno
Eu sei o caminho do paraíso
Escrevo uma música
Louca e sem juízo...

E toco outra
pensando em vocês.
Eu toco outra canção pensando em vocês

E se vocês escreverem
Vários comentários de uma vez
Eu toco uma pensando em vocês.

Elogiem o que está escrito
Elogie quem o fez
E eu toco outra canção pensando em vocês.

Pois se a pessoa certa
Comenta animada
Até a minha alma
Fica excitada
E já nem me preocupo
Se cansa a minha mão
Eu bato, toco, bato
As cordas do meu violão

E toco uma
pensando em vocês.
Eu toco uma canção pensando em vocês.

Mas todo esse problema
Dá-se ao fato
Que de mim sou desafeto
Ai de mim, pobre, ingrato

É por isso que eu passo
Por toda essa vergonha
Eu mato o meu tempo
Postando em blogs...

Pensando em vocês!

Eu posto uma canção pensando em vocês.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Os Maribondos

No ninho de maribondos jogaram fumaça
Os maribondos saíram porque lá dentro estavam
Joga fumaça na cabeça pra maribondo sair
Só sairá o maribondo que lá já existir

Não catuca maribondo de dia
Espera maribondo dormir
Maribondo com sono não briga
Maribondo com fumaça ri

De quê? Qual é a graça?
Quem é a garça, maribondo?
Que te disse que é por aí?

Jogaram fumaça no ninho dos maribondos
E eles voam sem direção
Parecem contentes, parecem raivosos
Ou não.

Maribondo sem fumaça voa e volta
Maribondo com fumaça voa e ferroa
O maribondo que volta se voa
Sem se ligar se é dá ruim ou da boa
Me importa.

Voa maribondo
E apaga a porta.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Rimador de Roma

Quem tem boca vaia Roma
O rimador vai à Roma
O rimador de remo rema no rio para em Roma rimar
Remaria e rimaria, mas em romaria Roma ria do rimador
Do rio o rimador remava e rimava, mas não ria como ria toda Roma em romaria
Maria, má, ria como Roma ria em romaria do rimador que remando rimaria
O rimador não ria ou sorria, só ria do rio que remaria até Roma com aroma de romaria
O rimador queria que Roma que ria do remar das rimas não risse das rimas de quem rimava, remava e ria
Roma trava a língua do rimador e dá só remos para que solene só reme e não rime
O rimador só de remos não rima
Sem rima o rimador só tem dor.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ego ou fome.

Estranha sensação
Esta a qual me entrego
Não sei se é fome, ou se é ego
Sei somente que acontece na minha barriga.
Ou será no meu umbigo?
Será que acontece só comigo?

Queria saber o que é
Para dar-lhe um nome
Não sei se é ego, ou se é fome
Fica difícil saber
Em meio a minha vaidade
Diferenciar com precisão
Desejo de necessidade

Saciarei tal vontade
Senão me apego
Mas é vontade da fome, ou do ego?
Ao corpo, soa apenas
Como um sinal de alerta
Que tenta manter
Minha humanidade desperta

Pela fome meu Eu se move?
Pelo ego meu Eu te come?
Te movo com ego.
Te como com fome.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Nosso brutamor

Sempre ando com cara de mau
Isso chamou sua atenção
Quebrei dois magrelos ali
E arranhei o seu coração
Decidimos nos reencontrar
Só pra ver se iria rolar
Uma pancadaria a dois
E beijar nossos hematomas depois

Hoje você assiste filmes de caratê
Para depois tentar me bater
Mas basta um pescoção
Para você beijar o chão
Ninguém invade nosso antro
Eu já estou quase morto
Pois a gente mete tanto (mas tanto)
A porrada um no outro

Quando te jogo na cama, ou na parede,
Te chamo de lagartixa
E só pra me irritar, você
Me chama de bicha
Logo eu fico louco
Te dou um soco nos olhos
E você - cruel
Chuta meus ovos

Mas com agressão que sou lascivo
- Eu te amo, filha-da-puta!
O nosso amor é agressivo


E na cama sou eu que grito:
- Eu te amo, filha-da-puta!
O nosso amor é agressivo

Rio Magenta

Era magenta-negro desde criança e ia assistir ao jogo no Maracanã. Ia de carro pela Linha Magenta. Parou no sinal magenta e, distraído com uma exuberante mulher num vestido magenta na calçada, não viu os assaltantes se aproximarem do seu carro. Tinham os olhos magentas, de crack e ódio. Ele tentou argumentar:
- Deixa pelo menos os ingressos, amigo. Meu time tá em terceiro e hoje pode ser que...
Foi interrompido por um deles:
- Amigo? Terceiro? Respeita nós, alemão. Nós é CV. Comando Magenta!
- Analfabetos – Pensou ele, antes do segundo tiro.
Seu sangue magenta no negro do chão.