sábado, 21 de fevereiro de 2009

Pesadelo Normal

Tive um pesadelo normal
Típico de um sonho mal
No qual pra faculdade eu ia
Para apresentar minha monografia

Eis que surge um professor de minha banca
Me olha de cima a baixo e se espanta
Reclama feito um mala-sem-alça
- Rodrigo, tu vieste sem calça!? -

A acusação era pura verdade
Viera eu sem calça à faculdade
Mas não via atentado ao pudor
Afinal, fazia muito calor

- Apresentação de monografia é solenidade -
Dizia o professor, sem piedade
- Esteja de calça diante de mim
Não podes apresentar a monografia assim -

Sem calça, frustrado, tive uma epifania
Henrique Sá compadecera-se de minha agonia
E enquanto tudo era por ele filmado
Fez-me uma proposta que me deixara tentado

- Veste minha calça, não preciso dela
Sou um poeta do absurdo, só preciso de janelas -
Agradeci ao meu amigo por seu gesto nobre
- Tuas calças mais valeram que prata, ouro e cobre -

E de calça apresentei-me, mas de nada valia
Estava atrás de uma mesa e a calça sequer aparecia
Foi quando de súbito percebi que estava acordado
E que em momento algum estive eu pelado

Só era encarcerado
Pela norma mais uma vez
Respirei então aliviado
- Sem calça estão vocês!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Hoje, Ontem e Amanhã

Ontem comentarei sobre o que descobri amanhã.
Amanhã é o hoje que ainda não acontece,
Assim como o ontem é o amanhã que já terminou.
Enquanto o hoje é o ontem e o amanhã que ainda (ou já) está acontecendo.

O futuro é tão intangível.
O passado é tão imutável.
O presente...
Tão inegável.

Quanto tempo preciso.
Quanto tempo preciso,
Para ver a retórica do tempo?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Poema Cris-talino

Cris e etc.
Cris-tal
Me e tão clara
A poetisa

Mais que o Nirvana
E que o Tao
A gema clara
Cris-tal

Crises e eu
(Cris no plural)
Me é tão rara
A divisa

Mais que o bem
E que o mal
Um poema para
Cris-tal.